O Emissor é a Mensagem

McLuhan falava que o meio é a mensagem. Claramente se referia ao fato de que as possibilidades e limitações do meio pelo qual emitimos uma mensagem interferem no modo como esta mensagem será passada e compreendida. Portanto, devemos conhecer as possibilidades, para aproveitá-las. E os limites, para contorná-los.

O meio dita a forma pela qual passamos o conteúdo. Se é vídeo, há possibilidade de som e movimento. Se é podcast, é só áudio. E se é impresso, há imagem e texto, mas não há som, nem movimento. Portanto, por mais que seja o mesmo assunto, a forma mudará e, portanto, afetará em algo o conteúdo. A integração de meios diversos ajuda na retenção da mensagem central — e as possibilidades de cada meio ajudam a realçar aspectos adjacentes.

No entanto, é preciso levar em conta, que o emissor também é parte da mensagem. Isso vale em todos os níveis, desde comunicados oficiais de um Estado, ou qualquer outra organização, até a comunicação pessoal.
Alguém lhe dizer “Fulana (ou Fulano) te ama” é muito diferente de um “eu te amo!” em primeira pessoa.

Uma homenagem aos funcionários de uma empresa soará diferente se, ao invés de feita pelo seu presidente, for transmitida por um subalterno do gerente de produção.

Um comunicado importante à nação, se feito por um assistente de um ministro, será percebido de forma bem diferente do que se for transmitido pelo presidente da República em pessoa. Da mesma forma, um tema banal, se for abordado pelo mesmo presidente, pode ganhar uma dimensão muito maior do que se for feito por um funcionário tão secundário quanto o tema.
Escolher corretamente o emissor de sua mensagem é tão importante quanto escolher o meio, a forma e o conteúdo.

Não foi McLuhan quem disse, mas, o emissor é a mensagem.